tag:blogger.com,1999:blog-7694303608002363890.post5431383616152555775..comments2023-10-07T02:13:41.868-07:00Comments on Arte na Escola Pública: PABLO PICASSOUnknownnoreply@blogger.comBlogger1125tag:blogger.com,1999:blog-7694303608002363890.post-76662824852064670572013-03-05T17:33:47.234-08:002013-03-05T17:33:47.234-08:00Algo que é interessante refletir sobre as vanguard... Algo que é interessante refletir sobre as vanguardas é a sua relação com a linguagem, pois dela surge a proposição central de basicamente todos os vanguardistas.<br /> Até o final do século XIX, predominava a visão instrumental da linguagem, isto é, a idéia de que a língua é um instrumento de interpretação da realidade. Assim, qualquer forma de expressão não passava de representação do real, logo, limitada pela capacidade perceptiva do indivíduo e pelos limites da linguagem representativa.<br /> No princípio do século XX, começam as primeiras discussões acerca do tema e em 1910 Vicente Huidobro, poeta chileno, publica o Manifesto Criacionista, no qual propõe a destruição completa da linguagem instrumental(representativa) e a utilização da linguagem como uma força da natureza. Isto é, o artista não deveria copiar a natureza e reproduzi-la, mas sim copiar a CAPACIDADE da natureza em criar...sendo assim, a criação artística deveria ser uma criação completamente nova e não representativa. Logo, o fazer artístico passa a ser, de fato, CRIAÇÃO de um novo universo.<br /> A partir daí, vão surgindo as outras vanguardas, cada uma com sua proposição, mas sempre atreladas à criação e à destruição da linguagem representativa.<br /> Naturalmente, algumas vanguardas posteriores entram em choque com essa ideologia, como o surrealismo(Vicente Huidobro era crítico ferrenho do surrealismo, pois este se propunha a representar o mundo onírico, e segundo o poeta chileno, ainda que se representassem sonhos, a linguagem continuava submetida à lógica instrumental). <br /> No entanto,podemos ver no cubismo e em Picasso, claramente, a busca por uma expressão que ultrapasse os limites do "real". Ao observar as representações africanas, observa-se que há um distanciamento quanto à necessidade de exatidão, mas sim um foco no que se considera essencial...assim vemos olhos grandes, sexos desproporcionais e mesmo um desinteresse em qualquer idéia de proporções físicas, desde que a idéia essencial se apresente na figura. A desconstrução cubista perpassa pela destruição da linguagem representativa e propõe a criação de um universo afeito ao essencial, geometrizado e geralmente colorido,aliás, cores que nada tem a ver com a física, mas sim com as emoções expressas. <br /> Picasso é, em suas obras, uma VIS NATURALIS, criando um universo, recriando a realidade e nos fazendo pensar sobre a nossa própria...afinal..."Guernica" é uma representação horrenda ou uma criação do gênio? Prof. Pedro Rebellohttps://www.blogger.com/profile/10077667453713713438noreply@blogger.com