quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Impressionismo no Brasil



sertão

Caipira picando fumo 


ALMEIDA JUNIOR 

( Pintor brasileiro que usa recursos da   luminosidade pré- impressionista)


Aproveitando o trabalho de animações de Pedro Malasartes e a visita ao Impressionismo no CCBB , venho apresentar aos meus alunos  Um pintor impressionista brasileiro,que trás mais  as paisagens e personagens ligados ao nosso país e abaixo um conto inspirado no Pedro Malasartes. Usei como ilustração o "Caipira picando fumo" de Almeida Junior

Depois de muito perambular pelo mundo, Pedro Malazartes morre. O eterno caipira, tão falado e comentado, nos três cantos do Brasil, vai para o céu.
Pedro sentia que alguma coisa não estava certa, tudo estava calmo demais, chegou até a pensar que estava dormindo, mas era o branco, havia branco por toda parte. Pedro sempre foi informal, sempre andou todo mal trapilho, exceto em um alguns bons momentos, onde o malandro se deu muito bem.
Será que alguém estava casando, afinal de contas, porque havia tanto branco naquele lugar.
Ao avistar um senhor idoso, numa velha porteira, finíssima por sinal, Perguntou.
- Sim siôr, será que tem argum trabaio preu fazê por aqui?
O homem respondeu:
- Aqui não, aqui todos descansam em paz.
Pedro pensou que esse era o lugar dos sonhos, só poderia estar sonhando, não pode haver um lugar desse.
- Se o Siôr me permite, eu vô entrá pra dá umas proza com o dono da fazenda.
O homem se alterou na hora:
- Está ficando louco? – aqui o senhor não entra não, ainda mais com a sua fama, Senhor Pedro Ma-la-zar-tes.
Pedro não gostava muito de sua fama de malandro ter se espalahdo por todo o Brasil.
- Por gentileza, em que parte do Brasil nóis tâmu.
- Aqui não é o Brasil não, senhor Pedro – falou o homem.
Pedro começou a ficar curioso, será que sua fama já tinha ultrapassado fronteiras – pensou ele.
- O Siôr pode me dizer que lugar é esse, que eu não estou reconhecendo?
- O Senhor está no céu – tornou a falar o homem.
Pedro teve uma sensação a qual nunca havia experimentado antes.
- Eh! Diacho! eu acho que eu tõ te conhecendo xará, o Siôr é São Pedro?
- Isso mesmo – respondeu o homem – e o senhor não pode entrar no céu, é uma má influência.
Pedro pensou, pensou e perguntou.
- Intão o Siôr não vai querer saber a notíça boa que eu tenho pro Siôr?
- Que notícia?
- Dispois que o Siôr saiu da Terra, ela mudou muito. O Siôr tá muito bem lá.
- O Senhor pode me dizer como eu estou lá?
- Só se o Siôr deixar eu entrar.
- Está bem entra logo, mas se a notícia não for boa vai se dar muito mal.
Depois que entrou, Pedro olhou todo feliz, para São pedro e disse.
- Dispois que o Siôr deixou a Terra, sua fama se ispaiô pelo mundo todo, o Siôr se tornô um dos hôme mais rico da Terra.
Sem pôder acreditar, São Pedro disse:
- O Senhor pode me explicar melhor isso?
_ ixplicá não, mas o siôr é muito rico. Por toda parte há fazendas São Pedro, sítios São Pedro, lojas São pedro, e outra infinidades de bens, impossível de se contar.
São pedro ficou todo feliz e procurou Jesus, finalmente se valor havia sido reconhecido. Sabendo disso, Jesus procurou Pedro, e perguntou.
- Senhor Pedro, fiquei sabendo que o meu melhor discípulo ficou rico na Terra, gostaria de saber como está meu nome, poderia me dizer?
Pedro coçou a cabeça, fez uma cara de dar dó, uma careta que ele sabia fazer muito bem, e respondeu.
- É mió o Siôr não voltar lá na Terra não?
Jesus perguntou:
- Porque não?
Pedro malazartes respondeu quase chorando.
- Não é certo o que tão fazeno com o Siôr não. O Siôr tem a maió dívida do mundo, maió que todas as dívidas externas de todos os países juntos.
- Como assim Senhor Pedro?
- Tudo o que fazem, ou compram, deixam para o Siôr pagar, até favô. Argumas pessoas falam, Deus lhe pague, outras, Deus te ajude, Deus te dará em dobro. O Siôr está com uma dívida enorme.
By Jânio

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texto retirado do blog 
Almeida Júnior (1850 – 1899): O Regionalista   
REALISMO    


MOVIMENTO QUE ANTECEDE O IMPRESSIONISMO
De formação acadêmica e sob forte influência realista, Almeida Júnior, ao retornar ao Brasil, começa os experimentalismos com luz e cor, formando uma temática impressionista.

Apaixonado pela natureza e gostando de pintar a realidade das pessoas com quem convivia, traçou um painel valioso de seu tempo, pela simplicidade e despojamento dos seus temas. É considerado o mais nacionalista dos pintores brasileiros de sua época.
Tecnicamente, pode-se dividir sua carreira em duas fases, antes e depois de 1882. Na inicial a palheta é sóbria e o modelado de extrema simplicidade, com apelo a recursos de luminosidade que de longe evocam os pré-impressionistas e a uma fatura gorda, empastada; na segunda fase a palheta se aclara e enriquece de novos matizes, a pasta pictórica é utilizada com maior parcimônia, enquanto, tematicamente, o assunto brasileiro faz sua aparição, externado numa linguagem plástica das mais pessoais e mais bem articuladas surgidas entre nós.

                                                    O Violeiro - Almeida Junior

Eliseu Visconti (1867 – 1944): O Impressionismo Chega ao Brasil

As obras de Eliseu D’Angelo Visconti abriram definitivamente o caminho da modernidade à arte brasileira. Esse artista já não se preocupa em imitar modelos clássicos, ele quer registrar os efeitos de luz solar nos objetos e pessoas que retrata. Nascido na Itália e vindo para o Brasil com um ano de idade, foi estudante da Academia de Belas-Artes e como prêmio por seus trabalhos artísticos, ganha uma viagem à Europa, onde estuda com os Impressionistas, de quem sofre enorme influência e participa da Exposição Internacional de Paris, em 1900.

Eliseu Visconti, no entanto, também foi um artista decorativista e se preocupou em criar projetos artísticos decorativos, dando os primeiros passos para que no Brasil os objetos da vida diária resultassem também em uma obra decorativa, tendência que, na Europa, já existia há muito tempo. Por isso, foi considerado o primeiro designer brasileiro.
Rio de Janeiro -  Eliseu Visconti

Teresópolis - Eliseu Visconti

Trigal - Eliseu Visconti

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